Por Eduardo KlaueEduardo.Klaue@herméticus.com.br
Muitas pessoas na ânsia do ganho rápido têm confundido oportunismo-impulsivo com empreendedorismo de fato. Isto mesmo, embora a princípio pareçam iguais, o oportunismo-impulsivo apresenta-se como uma característica marcante nas pessoas que utilizam erroneamente com intensidade sua vocação de realizadores e visionários, aproveitando ou até mesmo criando novas oportunidades em situações onde a maioria das outras pessoas não as observam. Vivem das glórias do curto prazo. Procuram mostrar antes de possuir.
Ele acredita no que quer fazer, mas certifica-se de que todas as etapas de seu negócio possuem a capacidade de funcionar perfeitamente à medida que forem necessárias. Ele faz o que sabe, e sabe o que faz. Corre riscos calculados, e aprende com seus fracassos. Nunca deixa de ter como premissa básica de que o longo prazo é que lhe permitirá a solidificação de seus empreendimentos. A fama, os comentários lisonjeiros, e a subida rápida na escala social, não o afetam, pois entende que podem ser passageiros.
Na verdade, mesmo que não saiba disto, segue aquela velha passagem chinesa onde um rei pergunta a seu médico, que possui grande fama em todo o país: - Sei que vens de uma família de médicos, mas me confesse uma coisa, qual de tua família é o melhor médico de todos? O jovem médico responde: - Eu curo as doenças quando atacam as pessoas. Perfuro as veias, prescrevo poções, curo as feridas e massageio a pele, por isto sou conhecido e afamado em todo o reinado. Meu irmão do meio, cura a doença quando ela ainda é pequena, por isto sua fama não passa de nossa vizinhança. Meu irmão mais velho sente e destrói o espírito da doença quando ainda ronda as portas da cidade. Este, nunca deixamos sair de nossa casa.
O texto abaixo que circula nos meios empresariais, demonstra claramente o que vem acabando com diversas empresas nos dias de hoje. Ou seja, a “cegueira administrativa”, que pode estar corroendo alguma empresa ao seu lado neste exato momento. Mesmo algumas que aparentemente venham crescendo a passos largos, sendo cada vez mais conhecidas e afamadas. Fique de olho, qualquer coincidência, não é mera coincidência.
E assim começou... “Ora, vamos Margaret, aqueles pagamentos mensais não são tão puxados assim; aposto que eles vão nos emprestar o dinheiro para a nova loja com base na pontualidade de nossos pagamentos. Eu vou ao banco ver o que eles dizem. Larry estava certo. Seu amigo do banco, o Keith, foi favorável. O banco estava ansioso para atender seu pedido. Três meses mais tarde, Larry abria seu novo estabelecimento; era emocionante e gratificante. As duas lojas tinham o nome de “Larry” e “Lojas masculinas Jacob”, e estavam ganhando notoriedade por todo o município como principal ponto da moda masculina. Larry gostava do reconhecimento que recebia em toda a região.
Com isto, iniciou-se um padrão de crescimento fenomenal. Larry expandiu seu primeiro estabelecimento para dobrar o tamanho, abriu uma terceira loja no bairro vizinho, depois avançando para a cidade mais próxima, inaugurou mais duas casas. Tudo isto aconteceu no período de dois anos. Os amigos lhe apareciam aos montes. Seu nome circulava por todas as rodas sociais.
Ele andava tão ocupado e animado que não percebia que estava perdendo o controle sobre alguns pontos, ou seja, não se dava conta de que seus lucros apresentavam sinais de recuo. Seu contador o alertou para que diminuísse o ritmo, assim como sua esposa, que estava começando a ficar preocupada com os débitos que cresciam cada vez que abriam uma nova loja.
Neste meio tempo, Larry desfrutava de notoriedade. Os incorporadores de shoppings centers o chamavam cada vez que um novo shopping estava para ser inaugurado; os fornecedores o tratavam com grande respeito e a comunidade sentia-se orgulhosa de ter suas lojas. O banco estava mais do que satisfeito com seus depósitos. Em suma, ele atingira o ápice de sua curta carreira e isto era divertido. Ele não queria mais parar. Afinal era bajulado por todos!
Larry estava em tal situação, que quando se via em dificuldades financeiras, utilizava sua boa reputação para solicitar empréstimos ao banco e montava uma nova loja. Se precisa-se de $400.000 para abrir um novo ponto, pedia $500.000 para cobrir alguns atrasados.
Isto funcionou até que a economia entrou em recessão. As taxas de juros dispararam enquanto as vendas caiam. As dificuldades cresceram... Até que foi levado a falência. O mundo desabou sobre ele. Seus amigos sumiram, os jantares e festas já não contavam com sua presença. O gerente do banco não o recebia mais, pessoas antes sorridentes com sua presença, agora atravessavam a rua para não lhe cumprimentar. Como ele desejava ter dado ouvidos aos conselhos de Margaret há alguns anos, e ter pago as contas antes de continuar expandindo seus negócios! Seu egocentrismo atrapalhara as decisões mais importantes. ”
Este texto, acredito ser bastante familiar aos dias atuais. Uma coisa é certa, cautela, conhecimento do mercado, controle financeiro e uma pequena dose de humildade não fazem mal para ninguém.
Um abraço do Klaue!
Esta característica passa ao longe da real concepção do empreendedor de sucesso, uma vez que geralmente é motivada por impulsos ou ondas, às quais podem ter um final trágico do ponto de vista empresarial. O empreendedor nato, não se permite cair neste tipo de “cilada”, pois jamais aceita trabalhar em curto prazo.
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